quinta-feira, 15 de março de 2012

Visão e olfato funcionam melhor em conjunto

Sentimos melhor o cheiro das coisas de olhos abertos


Estudo revela que a ativação do córtex visual melhora o sentido do olfato. Os resultados apontam pela primeira vez que os níveis básicos das estruturas do cérebro envolvidos nos sentidos da visão e olfato são, na realidade, interconectados.
“Sabemos que as áreas do cérebro responsáveis pelos sentidos, como visão, olftado, tato, e assim por diante, funcionam de forma separada. Mas, quando você experimenta algo, você recebe informações coerentes de cada um dos sentidos todos ao mesmo tempo. Nosso objetivo era descobrir como o cérebro funciona neste momento”, diz Christopher Pack, autor da investigação.
Em especial, o estudo – divulgado no periódico Journal of Neuroscience – queria testar a ideia de que a ativação das áreas do cérebro por um único sentido poderia influenciar no processamento dos outros.

http://www.oqueeutenho.com.br/22015/visao-e-olfato-funcionam-melhor-em-conjunto.html#axzz1pEXKuWk3


A ativação do córtex visual se deu por meio de estimulação transcraniana, um método não invasivo que provoca pequenas descargas elétricas em pontos específicos – algo já amplamente usado no tratamento de dores de cabeça, por exemplo. Neste estudo, a descarga se deu exatamente no córtex visual enquanto os participantes teriam que identificar um cheiro entre três. “O que descobrimos foi que uma estimulação elétrica do córtex visual melhorou o desempenho nesta tarefa”, diz. Pela primeira vez um estudo mostra que diferentes sentidos, neste caso, o olfato e a visão, apesar de terem estruturas cerebrais distintas, são interconectados. O mesmo não foi encontrado entre audição e olfato, por exemplo.
De acordo com Johan Lundstrom, que também participou da pesquisa, a ligação entre os sentidos já foi descrita em pessoas com sinestesia, condição na qual a estimulação de um sentido leva para uma ativação involuntária e automática de outros sentidos, fazendo com que as pessoas vejam as “cores” de número, “cheiros” de palavras ou que “ouçam” odores, por exemplo. “O estudo comprova que esta ligação acontece em todos os seres humanos, então podemos considerar que todos somos sinestésicos em algum nível”, finaliza.
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por Marina Teles

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